segunda-feira, 26 de junho de 2017

chorando se foi.

Hoje eu basicamente chorei da hora que eu acordei até agora. Mas nem sempre foi choro de tristeza. Chorei assistindo Idol Drama Operation Team porque me emocionei com uma integrante do Red Velvet elogiando a outra, chorei quando elas se emocionaram lendo o script também, depois chorei de inveja e amargura. Chorei lembrando de coisas tristes da minha infância, e imaginando como seria minha vida se eu tivesse sido criada de outro jeito, se eu tivesse aprendido que errar é ok, e que eu mereço ser ouvida, que eu não preciso me apressar na hora de falar. Aí chorei me perdendo na possibilidade de universos paralelos que mesmo se existirem não adiantam de nada pra mim porque eu to nesse aqui. Depois chorei tentando cantar River, da Joni Mitchell, especialmente quando ela diz “I wish I had a river so long I would teach my feet to fly”. Mas não é “teach my feet to fly”, é “teach my feet to FLYYYYYYYYYYYYYYYYYYY” é um agudo terrível, um soco no coração, a coisa mais bonita e triste do mundo. Pra quê um golpe tão baixo Joni Mitchell? Não tem necessidade. Mas beleza. Fui brincar de dar entrevista imaginária em inglês pra descontrair, mas a entrevista era pra Oprah, ela tocou no ponto fraco, então chorei também. Aí agora à noite relaxei, tomei um banho, me comparei com outras pessoas e tô chorando de novo. A lua não tá cheia, tá um pouco cedo pra TPM, e eu poderia culpar o fato de que to ouvindo Shania Twain no escuro, mas sei que isso tudo foi só porque eu decidi que hoje ia tirar o dia pra mim. Porque venho sentindo um aperto terrível no peito há tempos e não sei o motivo e hoje resolvi parar pra prestar atenção em mim. Pedi pro meu corpo “me diz o que tá acontecendo” e foi só pedir que eu comecei a transbordar. Simples e eficiente. Enfim, queria pedir desculpas, subconsciente, por te deixar no escuro guardando tanta coisa que eu não quero enfrentar; desculpa, corpo, por eu te desconectar da minha mente às vezes, to me esforçando pra mudar isso. Chorei escrevendo isso daqui também, mas tô achando terapêutico, to me sentindo mais leve, mais presente, tô sentindo. Antes de dormir provavelmente vou chorar de novo, e amanhã também, mas depois de uma vida dissociando e fugindo da realidade a gente aprende que é melhor sentir alguma coisa ou mil coisas ao mesmo tempo do que não sentir nada. 
Muito melhor. 







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Maira Gall